26 de dezembro de 2011

Dezembro

 Sempre gostei mais do Verão do que do Inverno. Sou muito friorenta, por isso sempre preferi o calor ao frio.
 Desde sempre.

 Excepto este ano.
 Dei por mim a suspirar pelo fresquinho do Outono, já 'farta' das elevadas temperaturas que se fizeram sentir no final do Verão.
 E pela primeira vez na minha vida estou a adorar este frio, as roupas quentinhas, os dias passados à lareira… que bom! 
 Antes opunha-me às temperaturas baixas, porque teimava que eram impeditivas de passeios e todos os outros afazeres que requerem sair à rua. Mas muito enganada andava eu. Outono e Inverno são estações que convidam a passeios de mãos dadas, à procura de castanhas assadas na baixa da cidade, saltar poças no campo. 
 Galochas, cachecol, luvas e gorro: ao trabalho! O Inverno está aqui para ficar.

 E o que é melhor do que um Natal bem frio? brrrrrr... O calor humano sabe ainda melhor :)  



(Foto: tumblr)

8 de novembro de 2011

Ainda sobre o Tempo

Os dias voam, as horas não esticam, os minutos não páram e os segundos são imperceptíveis.
Não há tempo suficiente num dia para se fazer tudo o que se quer. Então há que optar, hierarquizar tarefas.

Este é um espaço que não quero descuidar, mas escolho escrever apenas quando estou inteiramente focada nessa tarefa.

Volto sempre que sentir a necessidade de catarse - o que pode acontecer brevemente.


(uma actualização para mim mesma - para não esquecer este cantinho)

16 de setembro de 2011

Ensaio

 Desde sempre existiu a necessidade de se dividir o Tempo em unidades distintas, de modo a ordenar sequências de eventos. O modo como os nossos antepassados concretizaram essa repartição é para nós um dado adquirido, mas será infalível?
 Sabemos que um dia "foi feito" para ter vinte e quatro horas, cada hora teria sessenta minutos e assim por diante... Mas se isto fosse mesmo verdade, nunca nos queixaríamos do facto de a) o dia não ter sido longo o suficiente para cumprir todas as tarefas, ou  b) o dia ter sido tão entediante/desesperante que parecia não ter fim.
  
 Proponho que se oficialize uma forma de classificação do Tempo paralela à tradicional: o Tempo segundo os apaixonados e o Tempo segundo os não-apaixonados. É uma concepção muito simples e caso se pertença ao primeiro grupo é ainda mais fácil entender o conceito. (E para que não haja mal-entendidos é importante notar que se pode estar apaixonado de diferentes maneiras e feitios).
 Quem já deu por si a desejar mais uns minutos perto de quem ama, a pensar que a manhã chegou muito cedo e não apetece acordar, a desiludir-se porque  "oh-já-são-estas-horas?-a-conversa-estava-tão-boa-que-o-tempo-passou-a-correr"? Eu já, vezes sem conta. Este é o Tempo daqueles que são enamorados pela vida. A estes o Tempo nunca chega para mais um beijo, um sonho ou uma gargalhada. 
 Mas o que será que se sucede com os não-apaixonados? Para estas pessoas o Tempo decorre lentamente, parece até que não passa. É costume existirem queixas, suspiros e até refilam... mas nada acelera o seu Tempo. É natural, todo o Tempo parece demasiado quando se está "des-apaixonado". Se não gostamos de uma tarefa (ou de alguém) o Tempo dedicado a ela é sempre interminável. Mas cuidado. Este Tempo também surge quando no fim da linha está o nosso propósito: uma viagem de onze quilómetros torna-se infindável se vamos ter com o namorado; o relógio pára de funcionar quando a aula é aborrecida e o Verão se começa a insinuar...  
 Será então que apaixonados e não-apaixonados partilham unidades de Tempo? Creio que não. O que acontece é que faltar a uma aula porque a Primavera em breve termina e os dias estão mais quentes é estar-se "des-apaixonado" pela dormência e o desejo de se estar com a pessoa amada é estar-se "des-apaixonado" pela saudade.
 Apaixonados e não-apaixonados não partilham o Tempo, não; apaixonados e não-apaixonados são um só.

13 de setembro de 2011

#0

Não sei como se deve começar um blogue, mas o meu vai começar assim:

(foto: namorado)


Só porque me apetece.